Impromptu poems between professor and master student. | Poesias “repentistas” entre professora e aluno mestrando.

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united states flag Impromptu Poems between Keila C N Mota (professor) and Napoleão Duarte Diniz Neto (master student).

I have been in Juazeiro do Norte, Ceará, Brazil to teach Marketing for Tourism in the Master Course of Tourism Business Management at the Ceará State University, in April 2017. I made a poem for the students and sent it by cellular message in my way to home. The student Napoleão immediately wrote me back. I was inside the airplane and immediately wrote him back too.

So, was so fun get that impromptu poems going by text messages in my cellphone. The poems are very fun to hear because they are in a slang language, talking about very particular things and places in that city (Juazeiro, CE) and also taking about the classes and the student behavior. I lived there when I was a kid and now I had a chance to see all the different and specific things that happens there. You can check more about the place in internet.  (http://www.juazeiro.ce.gov.br/)

The poems are below (only Portuguese. Sorry no translation.) The classes and visit the place again was very good. So good to have a chance to be in contact with so brilliant minds in this master course. Thank you. That was, unexpected and so nice!

REPENTISTAS (poemas improvisados “de repente”)

Professora Keila C N Mota e Aluno Napoleão Duarte Diniz Neto

Eu dei aula de Marketing turístico no Mestrado em Gestão de Negócios Turísticos da UECE em Juazeiro do Norte, no Ceará, fiz uma poesia e mandei para meus alunos. O aluno Napoleão replicou. E eu tripliquei. Ficou um vai e vem de poesias “repentistas” pelo celular, pouco tempo depois das aulas que aconteceram em abril de 2017.

Eu, que, moro nos Estados Unidos, fiquei honrada em poder trabalhar e revisitar a terra onde morei por 3 anos quando era criança. Fui novamente ver a estátua do Padre Cicero Romão Batista (praticamente equivalente ao Cristo Redentor no Rio de Janeiro), rever a Chapada do Araripe e os artistas locais como Expedito Seleiro. Os alunos me levaram para comer comidas típicas do sertão e também fizeram uma bela feijoada para eu matar a saudade das comidas brasileiras.

As aulas e as visitas foram maravilhosas, assim como conviver com a mente brilhante desses alunos de mestrado. Agradeço desde já.

Aqui estão as poesias.

VEM CÁ PRO MEU CARIRI

Por Keila Mota

────

Ah se você soubesse

Como a gente vive feliz,

Ah se você pudesse,

Fazer tudo o que eu fiz

────

Viria pra cá correndo,

Entrar na igreja matriz,

Fazer promessa sem medo

Sem medo de ser feliz.

────

Vem pra cá, mas vem ligeiro

Ouvir o vento assobiar,

Ver a lida do vaqueiro,

Comer pequi com carneiro,

Escutar os Caracará.

────

Vem ver a porca parir,

Ouvir o galo cantar,

 Tirar foto da Araripe

Vem ver o povo sorrir

Aqui no meu Cariri.

────

Tem coisa que ninguém viu

Vem do período Cretáceo,

Fóssil de peixe nas pedras,

Xilogravura em parede,

Nas rochas dessas cavernas.

────

Vem pra cá, mas vem ligeiro

Vem depressa, vem primeiro

Conhecer nossos artistas.

────

 Tem festança e boiadeiro,

Cantador e repentista,

Sem falar nesses romeiro

Do Padim Ciço Romão Batista.

────

Até parece um formigueiro,

Mas é gente de toda parte

Querendo que o padre lhe guarde

Vão de joelho que arde

Ao pé da estátua rezar.

────

Rezar e pagar promessa

Quem alcança leva um voto,

Uma foto ou uma peça

Da parte que ele curou

────

Quero ouvir você dizendo

Desse jeito eu também vou

Tanta cultura só vendo

A beleza que Deus criou!

────

 

(Réplica do aluno de mestrado Napoleão)

Por Napoleão D Diniz Neto

────

Professora Keila acredite,

Sua aula foi de arrasar,

Aprendi foi muita coisa

E nem inglês sei falar,

Aprendi inté que o Marketing

Tem 4 P’s pra atuar.

Falta só tomar coragem

Pra Dissertação começar.

────

Você veio dos States

Pra mode nos ensinar,

Já andou inté na Disney

E no Cariri foi parar.

O mestrado abrilhantou

E o Padim vai lhe abençoar.

Thank you minha cara Mestra”

É o que temos a declarar!

────

(Réplica da professora Keila – escrita dentro do avião)

Por Keila Mota

────

Peota repentista

Fiscal e artista

Fez foi me emocionar

────

Esse aluno sorrateiro

Da UECE de Juazeiro

Não conseguiu se calar

────

Ô menino brejeiro,

A mensagem chegou foi ligeiro

Aqui no meu celular.

────

Pensei que era um romeiro

Ou podia ser um vaqueiro

Pra mode me derrubar

────

Nem sei quem pensei primeiro

Talvez Expedito Seleiro

Tentando comunicar

────

Mas era tu o tempo inteiro

Querendo ser cavalheiro

Só pra me agradar.

────

Repentista de coração

E estudante por opção

Faça como aquele da França

Bravo e também Napoleão

────

Mas se perder a esperança

Peça ao Padim Ciço Romão

Sabedoria não te falta

Pra terminar a dissertação.

────

Ei menimo danado

Não tenha medo de estudar

Pra terminar o Mestrado

Vai ter é que pesquisar

Tem que ler um bocado

Escrever sem ser errado

Tamo aqui pro que precisar

────

Senta aí no computador

Procura com precisão

Pergunta ao teu professor

Com pen drive, caneta e atenção

────

Foi você quem procurou

Termine o que começou

Aprenda logo essa lição

────

Livro, tese ou artigo

Ou fala com um amigo

Não me enrola Napoleão

────

Só tô aqui de lereado

Pois o horário tá atrasado

Pra eu subir no avião

────

Agora faça o que eu digo

Isso é conselho de amigo

Seja o macho do sertão

────

Bote chapéu de couro e gibão

Aqui não tem choro não

Arranje tempo, nem durma

Mas entregue a dissertação

E seja o primeiro da Turma

Nessa difícil missão.

────

Então vamos em frente

Segura a batata quente

Na Disney é que é diversão

────

Curso em inglês é diferente

Mas posso te dar uma mão

Assim não tem quem aguente

Toda essa enrolação

E feijoada só invente

Depois da colação

────

Deixa de prosa menino

Deixa de ser tão traquino

Vai logo pra casa estudar

Agradeço todo esse mimo

Mas ajoelhou tem que rezar!

2 comments

  1. Professora Keila.
    Muito legal sua postagem.
    Depois continuaremos o nosso desafio.
    Um abraço!

    1. Professora Keyla,

      De modo inusitado, defendi minha Dissertação de Mestrado da UECE em forma de cordel. Lembrei de você e estou postando-o. Um abraço.

      Os Ranchos Familiares de Juazeiro do Norte
      UECE – Defesa de Dissertação
      Mestrando – Napoleão Duarte Diniz Neto
      Orientador – Dr. Lima Jr.
      Juazeiro do Norte – CE – 2018

      Amigos chegou a hora
      Não tem mais pra onde ir
      O prazo tá se acabando
      É hora de decidir
      A banca já tá a espreita
      Ninguém pode mais fugir
      Esse cordel foi receita
      Pra melhor me exprimir.

      O Mestrado é em Turismo
      Da Universidade UECE
      Orientado pelo Dr. Lima Jr.
      Esse entende e conhece
      E as Dras. Larissa e Laudeci
      Que essa Banca enriquece.
      Meu nome? Napoleão…
      Que a apresentação comece!

      O tema da Dissertação
      São os Ranchos Familiares
      Esses que os romeiros
      Usam para se hospedarem
      Em Juazeiro do Norte
      Que tem rancho em muitos lugares
      Para receber os visitantes
      E neles lhe acomodarem.

      O Trabalho tem um alvo:
      Estudar essa hospedagem
      Que se fez em Juazeiro
      E mudou sua paisagem
      As turbinas aqueceram
      Já começa a decolagem
      É bom apertar o cinto
      Tenhamos uma boa viagem!

      Os Ranchos familiares
      Da Pesquisa é o Objeto
      Destaco a criatividade
      Que no Rancho se completa
      Com a solidariedade
      Que lá também é repleta
      Das hospedagens daqui
      Pro romeiro é a predileta!

      Os ranchos são um exemplo
      De uma hospedagem precária
      Que atrai muito romeiro
      Com o preço da diária
      Uma nova alternativa
      Muito mais humanitária
      É uma outra Economia
      É a Economia Solidária!

      Como se apresentam os ranchos?
      Quais serviços ofertados?
      Qual a sua relação
      Com o Turismo ilimitado?
      São questões norteadoras
      Tudo será explorado
      Procuramos responder
      Na pesquisa do Mestrado.

      Mesmo não apresentando
      De mercado uma artimanha
      Nas maiores romarias
      Que a cidade acompanha
      Os ranchos ficam lotados
      Assim todo mundo ganha
      A hipótese está lançada
      Provar é uma façanha.

      A pesquisa é exploratória
      Mas também é descritiva
      Abordagem Quali-Quanti
      Foi a nossa diretiva
      Facilita o aprendizado
      Sendo mais objetiva
      A metodologia usada
      É bastante explicativa.

      Para as fontes secundárias
      Usei site e arquivo digital
      IBGE, Setur, Sebrae
      Li também muito jornal
      A Base teórica se fez
      Na pesquisa documental
      Dos Livros e vários arquivos
      Leitura foi essencial.

      Para abordar o problema
      Há os conceitos fundantes
      A Economia Solidária
      E o Turismo que é marcante
      Fundamentam a teoria
      Que se fez bem relevante
      A revisão dos Autores
      Se mostra daqui em diante.

      Pra “Ban, ban, ban” do Turismo
      Luzia Neide Coriolano
      Turismo é atividade capitalista
      Que explora o ser humano,
      Concentra e distribui renda
      Do novato ao veterano
      Inclusive no Turismo Religioso,
      No espaço sagrado e no profano.

      Sobre Economia solidária,
      Paul Singer veio e falou:
      É uma espécie de economia
      Que o próprio povo inventou
      Saindo do capitalismo
      A solidariedade encontrou
      Os iguais se associaram
      E o desemprego amenizou.

      A cidade de Juazeiro
      Onde o objeto foi estudado
      Capital da fé nordestina
      Surgiu como um povoado
      “Padim Ciço” veio morar,
      Fez crescer dentro do estado
      Surgiu uma nova hierópolis,
      Daquele vilarejo sagrado!

      Em 1889
      Muitos autores relatam
      Que “a hóstia virou sangue”
      Na comunhão da beata.
      O “milagre” se espalhou
      A reação foi imediata
      A romaria começou
      Logo após essa data.

      Após esta “hierofania”
      A Igreja deu a sentença:
      “Padim Ciço” foi punido
      Suas ordens foram suspensas
      Mas sua fama se espalhou
      Ganhou sua recompensa
      Virou santo pro romeiro
      Aumentou a sua crença.

      O Cearense do século
      Ganhou inté um monumento
      A estátua do “Padim Ciço”
      Do turismo é um equipamento
      Atrai milhões de romeiros
      Que pagam seus juramentos
      E pras graças alcançadas
      Fazem seu agradecimento!

      Com o fato acontecido
      Veio uma grande exposição
      E o poder do “meu padim”
      Atraía a multidão
      A cidade só cresceu
      Ocorreu a expansão
      É por isso o carinho
      É por isso a devoção!

      Juazeiro se transformou
      Em uma grande cidade
      Influenciando a região
      Exercendo Centralidade
      Uma grande economia
      Que ganhou prosperidade
      De uma simples romaria
      Ganhou visibilidade.

      Sem oferta de hospedagem
      Surge o Rancho Familiar
      Pra alojar um parente ou amigo
      Gente de todo lugar
      O tempo foi passando
      E a romaria a aumentar
      O número de rancho aumentando
      Para os romeiros hospedar.

      Com os donos desses ranchos
      Fizemos uma entrevista
      Foram 100 selecionados
      Para ser mais realista
      Mais de 30% dos cadastrados
      Para nos dar uma pista
      De como é hospedado
      Nosso irmão de fé, turista.

      Na entrevista dá pra ver
      Que o dono do rancho familiar
      Em sua grande maioria
      Não nasceu no Ceará
      Só vinte e oito por cento
      São desta banda de cá
      Alagoas prevalece
      O gráfico tá aí pra provar.

      A gente pode notar
      Que o rancho é um ramo antigo
      A faixa etária dos donos
      É elevada, isso digo
      E tudo só começou
      Como um tipo de abrigo
      Para um parente que vinha
      Ou pra receber um amigo.

      Quase todo proprietário
      Transforma sua moradia
      Em um rancho familiar
      Em sua grande maioria
      Não querem empreender
      Seguram sua freguesia
      Pro outro ano voltar
      Com aquela mesma alegria.

      Muitos donos da hospedagem
      Compraram só pra morar
      Não passava na cabeça
      Fazer rancho pra hospedar
      Mas algo surgiu no caminho
      Que levou a este lugar
      Agora é afastar os móveis
      Para o romeiro abrigar.

      Alguns contratam nas romarias
      Mas na maioria é a família
      Que faz o negócio andar
      Desde afastar a mobília
      Para ganhar mais espaço
      Todos ficam na vigília
      Todos dão a sua ajuda
      Para permanecer na trilha.

      Se for falar de espaço
      Vou mostrar mais este dado
      Mais da metade dos ranchos
      Do trabalho pesquisado
      São de quatro ou cinco quartos
      Ficam todos apertados
      O custo, por outro lado,
      Fica bem barateado.

      Quase a metade dos ranchos
      Não disponibiliza mais nada
      Além do espaço do quarto
      Nem cama, nem rede armada
      Os romeiros trazem sua rede,
      Seu lençol ou almofada
      Descansam umas poucas horas
      Preparando a caminhada

      Quase metade dos donos
      Afirmam que os romeiros
      Fazem o seu próprio alimento
      Economizando dinheiro
      Compartilham o mantimento
      Juntos seguem o roteiro
      Prosseguindo sua saga
      Na terra de Juazeiro.

      Não se sabe bem ao certo
      O tamanho das romarias
      A quantidade de romeiros
      A sua fotografia
      Só se sabe que ela aumenta
      Fazendo uma analogia
      É o que falam os proprietários
      Em sua grande maioria.

      E o futuro dos ranchos
      Ameaça se acabar?
      Grande parte de seus donos
      Não sabe quem assumirá
      Poucos prepararam os filhos
      Para poder comandar
      E as pousadas comerciais
      Vieram para ficar.

      Razões pra manter o rancho
      Perguntei na entrevista
      A que foi mais escolhida
      Me deixou mais otimista
      A alegria de ter a casa cheia
      Desses romeiros turistas
      Que são todos devotos
      De Padre Cícero Romão Batista.

      Como trata o romeiro
      Foi mais uma indagação
      A maioria respondeu
      Que o trata como irmão
      É o diferencial do rancho
      É sua maior atração
      Conquista o peregrino
      Que lhe tem gratidão.

      As condições da hospedagem
      São precárias, elas são sim
      Mas a solidariedade
      Apaga o que for de ruim
      Pro dono o romeiro é amigo
      Um parente, irmão, enfim
      Recebe-o com emoção
      É uma alegria sem-fim.

      Os questionários dos romeiros
      Foram muito parecidos
      Eliete, Zé Maria ou Severina
      Todos são agradecidos
      Gostaram da hospedagem
      Em quase todos os sentidos
      Prometem voltar de novo
      Já fica comprometido.

      Os ranchos de Juazeiro
      Pecam na infraestrutura
      Mas nas romarias lotam
      Já faz parte da cultura
      Pois os romeiros do “Padim”
      São pessoas sem frescura
      Vêm pra cá em sacrifício
      Por isso o rancho perdura.

      A cultura da romaria
      Tá difícil de findar
      O romeiro que aqui vem
      Trás mais um pra visitar
      Os ranchos estão aqui
      Preparados pra hospedar
      O preço bem baratinho
      A tradição não vai acabar

      No final foi constatado
      Que a hipótese é verdadeira
      Nas maiores romarias
      Aqui não tem choradeira
      Os ranchos ficam lotados
      Os donos enchem a carteira
      Mesmo sem ter estratégia
      A demanda é de primeira!.

      Tá na hora de dizer
      Que não é nossa intenção
      De exaurir o tema aqui
      Da nossa dissertação
      Pois os vieses que o cercam
      Não são pouquinhos não
      Da política à economia
      Tem que andar é muito chão.

      Napoleão Duarte
      napoleao.duarte@sefaz.ce.gov.br
      napoleao.neto@ig.com..br

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